sexta-feira, dezembro 29, 2006

O Natal da minha infância

O Natal da minha infância
Recordo com alegria
Com paz amor e carinho
E o pão de cada dia

Tinha sempre a porta aberta
A lareira sempre acesa
Para quem tivesse fome
Tinha sempre o pão na mesa

Eu não tinha sapatinho
Eu não tinha chaminé
Tinha alguem que me falava
De Jesus de Nazaré

Hoje o Natal é diferente
Que se passou afinal
No lugar do Deus menino
Encontrei um Pai Natal

Encontrei casas mais ricas
Cheias de côr e de luz
Muitos brinquedos e prendas
Mas não falam de Jesus

Isabel Gaudêncio

domingo, maio 07, 2006

Os Olhos da Minha Mãe

Os teus olhos minhã mãe
Parecem dois peregrinos
Caminham à minha frente
A iluminar meus caminhos

Os caminhos que eu percorro
Já tu os sabes de cor
Foi neles que tu escreveste
A tua história de amor

Teus olhos dizem-me tudo
Mesmo que fiques calada
São o meu porto de abrigo
Da partida e à chegada

Teus olhos são como as estrelas
Que guiam os marinheiros
A qualquer porto onde eu chego
Teus olhos são os primeiros

Quando vem a tempestade
Eu procuro teu olhar
As tuas mãos minha mãe
Não me deixam naufragar

Isabel Gaudêncio

sexta-feira, abril 14, 2006

Piquenique

domingo, março 19, 2006

Dia do Pai

Ó pai amigo
hoje é o teu dia
vamos festejá-lo
com alegria

Mereces ter
a prenda mais bela
se eu chegasse ao Céu
colhia-te uma estrela

Sou pequenina
não chego lá
dou-te um beijinho
querido papá

Isabel Gaudêncio

domingo, fevereiro 26, 2006

Hino à Beira Interior

Ó Serra da Estrela
Tu és a mais bela
Tu és um encanto
Teu sorriso terno
Quando no Inverno
Te vestes de Branco

Ó Beira vaidosa
Tu és tão formosa
P'lo queijo da Serra
Vem nos visitar
Que vais adorar
Ver a nossa terra

A Guarda é mais alta
Mas nunca lhe falta
Motivos de Fé
De pedra vestida
A todos convida
Visitar a Sé

Linda Covilhã
Tu teces a lã
Ó nobre cidade
Tu formas doutores
São os teus amores
Universidade

Toda a gente gosta
Ver a tua mostra
Feira do Fundão
Castanhas e vinho
Pelo S. Martinho
Cerejas no Verão

Ó Cova da Beira
Não há quem não queira
Ver este recanto
Tu mandas recados
Com os teus bordados
Ó Castelo Branco

Ó Beira Interior
Tu és um amor
Mas és tão esquecida
Diz-me o coração
Por alguma razão
Que alguém lhe dá vida

Fiz tudo por ti
Nunca te esqueci
Ó Beira adorada
Só nas eleições
Há sempre razões
Para ser lembrada

Isabel Gaudêncio

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Um pedido ao S. Aleixo*

Santo Aleixo és padroeiro
Mas também és nosso guia
E talvez sem tu saberes
És dono de um centro de dia

É um centro bem bonito
Que tem dado que falar
Só não se arranja dinheiro
Para o poder acabar

Queremos fazer uma festa
Para o centro inaugurar
A única esperança que resta
É que venhas ajudar

Santo Aleixo eu só procuro
Por onde é que tens andado
Tira-nos lá deste apuro
Porque isto está complicado

Santo Aleixo tem cuidado
Vê lá bem aonde te metes
Olha que sem haver ovos
Não se fazem omeletes

Santo Aleixo és nosso amigo
Não nos vais deixar na mão
Para se acabar a obra
Dá lá só um empurrão

* Padroeiro de Unhais da Serra


Isabel Gaudêncio

Tudo por amor à Pátria

Cobiçam a minha vida
Invejam o meu dinheiro
Mas não sabem o trabalho
Que dá chegar ao poleiro

Não é fácil, não senhor
Beijar tantas malcheirosas
Apertar tantas mãos sujas
E abraçar crianças ranhosas

Tenho de estar preparado
Para qualquer coisa que surja
Mas o maior mau bocado
É lavar a roupa suja

Para entrar no mercado
Preciso ter nervos de aço
As peixeiras põem ao sol
Tudo quanto digo e faço

Sorriso de orelha a orelha
Falar até ficar rouco
De tudo quanto prometo
Tudo lhes parece pouco

Lá vou comer sem ter fome
E os almoços não são baratos
Muitas vezes há sobremesa
Tenho de engolir alguns sapos

Mas ser político é um dom
De quem tem bom coração
Faz todos os sacrifícios
Sempre a favor da Nação

Quer seja uma tartaruga
Um caracol ou uma lesma
Só mudam as posições
A bicharada é a mesma

Isabel Gaudêncio

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Despedida e Boas Vindas

Enterra-se o Ano Velho
Fez coisas boas e más
Festeja-se o que nasceu
Vamos ver o que nos traz

Aumentos já nós sabemos
Já foram anunciados
Só não são nada de acordo
Com os pequenos ordenados

A distribuição está mal feita
Mas também sempre assim foi
Aos pequenos não chega a um bife
Aos ricos passa de um boi

Mas o mal já vem de longe
Já dizia a minha mãe
Que o pobre só sente o frio
Conforme a roupa que tem

Já tem a sentença lida
Quer se porte bem ou mal
No fim de um ano de vida
Tem sempre o mesmo final

Isabel Gaudêncio

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Marta

Muitos carinhos te dei
Andei contigo em meus braços
Risonha, alegre e feliz
Tu és parte da minha raiz
A sorrir sigo os teus passos

Com um pouco de boa vontade
Onde quer que a gente vá
Sabedoria vem com o tempo
Tudo tem o seu momento
A vida tudo nos dá

Guarda bem dentro de ti
Amor e compreensão
Uma pitada de esperança
Dose de muita confiança
E também muito perdão
Nas mãos do homem amado
Confiaste o teu futuro
Infortúnio ou felicidade
O amor resiste a tudo

Deus confiou-te um tesouro
Impossível de resistir
Ama os pais que Deus lhe deu
Sempre alegre e a sorrir

O meu amor por vós todos
Não cabe neste papel
É só um simples miminho
Da vossa tia Isabel


Isabel Gaudêncio