segunda-feira, agosto 22, 2016

Avó é ser mãe duas vezes


AVÓ É SER MÃE DUAS VEZES

Nasceu um raio de sol
No meu Outono da vida
Foi Deus' para me compensar
Uma prenda me quis dar
E deu-me' uma neta querida

Ninguém sabe o que o destino
Reserva para nos dar
Com a vinda desta criança
Eu voltei a ser esperança
E aprendi a brincar

A brincar ao faz de conta
Não vejo o tempo passar
Eu vou buscar ás memórias
Aquelas lindas histórias
Que ouvi minha avó contar

Conto-lhe uma história tão simples
E como a acha tão bela'
Vejo um sorriso de alegria
E tenho a esperança que um dia
Ela as conte aos netos dela


de Isabel Gaudêncio

domingo, agosto 29, 2010

Quem te fez tão bela?


Quem te fez tão bela
Ó serra da estrela
Coração do meu país?
Teces o teu manto
Vestes-te de branco
Como uma noiva feliz

O teu cão amigo
Está sempre contigo
Se o lobo faz desacato
Amas os pastores  (bis)
São os teus amores
Dos tempos do Viriato

Vem o sol dourado
Que é teu namorado
De manhã dar-te um beijinho
Tu guardas segredos
Nos altos rochedos
Onde a águia faz o ninho

Mal o sol se deita
Logo a lua espreita
Vem com pezinhos de lã
Douradas e belas  (bis)
Cobre te de estrelas
Com orvalho de manhã

És mãe de dois rios
Fazem desafios
Para ver qual é que ganha
Castelo imponente
Guardião da gente
Não viras costa à Espanha

Na flora e na fauna
Tu levas a palma
A todos os teus vizinhos
És estrela imponente  (bis)
Orgulho da gente
Serra dos montes Hermínios

O rio mondego
Murmura em segredo
A cantigas dos seus avós
Vai banhar Coimbra
Que fica mais linda
Mas corre a abraçar a Foz

Tu tens sempre um jeito
De encostar ao peito
O Rio Zêzere com amor
Desce dos teus montes  (bis)
Alimenta as fontes
E banha a Beira Interior
Isabel Gaudêncio

sábado, junho 12, 2010

Adeus Unhais

Venham ver a minha terra
Unhais da Serra
que o sonho encerra
da Sintra da Covilhã!
venham todos ver Unhais
dos pinheirais
do feno bravo e da lã

Para ver mais horizontes
trepa-se aos montes
das lindas fontes
tagarelas de canções
como humanos formigueiros
que vão ligeiros
p'ras fabris ocupações

A minha canção é esta
sabor a giesta
mas sempre em festa
como olhares de rapariga
ó terra de santo Aleixo
eu não me queixo
e se te deixo
é por causa da cantiga

    Estribilho

Adeus Unhais, flor bravia
dos meus sonhos de criança;
em teu seio! noite e dia,
o amor é sempre esperança

Adeus Unhais dos covões
das nortadas e nevões
terra da minha saudade
longe de ti pouco importa
bate sempre há minha porta
Aldeia da mocidade

Letra de Silvestre Gaudêncio
Música de João Vilela

domingo, maio 02, 2010

O PEC

Se estamos mal de finanças
É culpa de quem governa
Tentam sempre dar o passo
Muito maior do que a perna

Temos uma bola de neve
E que agora ninguém move
Se parar, o bicho pega
Se correr, o bicho come

Tiraram da manga o PEC
E com ele as discussões
Não há santo que nos valha
Nem mesmo o euro milhões

Agora dizem que tenho
Dezoito mil euros a pagar
Se eu nunca os vi na vida
Onde raio os fui gastar?

Tenho no ouvido uma frase
Que ouvi a um bom orador
Aquele que paga mal
É sempre um bom cobrador

Portugal é uma pérola
À beira do mar plantado
E nem sequer tem a culpa
De ser tão mal governado

Não vislumbro um bom futuro
Nem sequer um fim á vista
Pode ser que o aeroporto
Nos traga uma boa pista!

Isabel Gaudêncio

As tasquinhas

As tasquinhas e os cafés
São o aconchego da gente
Ponho a conversa em dia
E bebo qualquer coisa quente

Entre uma conversa e outra
E mais o que se bebeu
Quando eu me apercebi
Quem estava quente era eu

Lembrei-me do tal proverbio
Do menino e do borracho!
Mas, vá que Deus se esquece
De me por a mão por baixo?

Tal como é meu apanagio
Nunca dou parte de fraco
Afinal quem é que manda?
Sou um homem! Ou um rato?

Por muito que me equilibre
As pernas não estão direitas
Ou o vento é muito forte!
Ou as ruas são mal feitas?

Tento passar despercebido
Porque a rua está torta
lá vou curva contracurva
Até encontrar a porta

Isabel Gaudêncio

sábado, março 27, 2010

A Frase Escondida

Que bem prega Frei Tomás
A justiça do nosso País
Não facas como ele faz
Ouve só o que ele diz.

Com tecnologia de ponta
E mesmo assim não resulta
Alvíssaras, meus senhores
A quem vir a face oculta.

Quem escuta de si ouve
Pode ouvir o que não gosta
Fica muito embaraçoso
Ter que dar uma resposta.

Como é que vai responder
Se não vê o inimigo?
E vendo as coisas bem vistas
Todos têm telhas de vidro.

Deixem as querelas de lado
Só para ver se a gente atina
Quando ralham as comadres
A verdade vem ao de cima.

Parem lá de medir forças
Que já não há paciência
São pagos para trabalhar!
Ou levar o País à falência?


Isabel Gaudêncio

sábado, abril 04, 2009

Cada um dá-lhe o nome que quer


Desculpem a minha ignorância
Que eu confesso o meu pecado
Nunca pensei que o dinheiro
Tivesse que ser lavado

Mas ser lavado porque?
Escapa-me algum pormenor!
Porque o dinheiro para mim
Só se lava com o suor

Não deve ser coisa boa
Se fosse, eu já sabia
Como é que se fica rico
Assim da noite pró dia?

Dê ele as voltas que der
seja bem ou mal lavado,
Cá p'ra mim tem outro nome
Não deixa de ser ROUBADO

Isabel Gaudêncio
Foto de Jeff Belmonte