domingo, agosto 29, 2010

Quem te fez tão bela?


Quem te fez tão bela
Ó serra da estrela
Coração do meu país?
Teces o teu manto
Vestes-te de branco
Como uma noiva feliz

O teu cão amigo
Está sempre contigo
Se o lobo faz desacato
Amas os pastores  (bis)
São os teus amores
Dos tempos do Viriato

Vem o sol dourado
Que é teu namorado
De manhã dar-te um beijinho
Tu guardas segredos
Nos altos rochedos
Onde a águia faz o ninho

Mal o sol se deita
Logo a lua espreita
Vem com pezinhos de lã
Douradas e belas  (bis)
Cobre te de estrelas
Com orvalho de manhã

És mãe de dois rios
Fazem desafios
Para ver qual é que ganha
Castelo imponente
Guardião da gente
Não viras costa à Espanha

Na flora e na fauna
Tu levas a palma
A todos os teus vizinhos
És estrela imponente  (bis)
Orgulho da gente
Serra dos montes Hermínios

O rio mondego
Murmura em segredo
A cantigas dos seus avós
Vai banhar Coimbra
Que fica mais linda
Mas corre a abraçar a Foz

Tu tens sempre um jeito
De encostar ao peito
O Rio Zêzere com amor
Desce dos teus montes  (bis)
Alimenta as fontes
E banha a Beira Interior
Isabel Gaudêncio

sábado, junho 12, 2010

Adeus Unhais

Venham ver a minha terra
Unhais da Serra
que o sonho encerra
da Sintra da Covilhã!
venham todos ver Unhais
dos pinheirais
do feno bravo e da lã

Para ver mais horizontes
trepa-se aos montes
das lindas fontes
tagarelas de canções
como humanos formigueiros
que vão ligeiros
p'ras fabris ocupações

A minha canção é esta
sabor a giesta
mas sempre em festa
como olhares de rapariga
ó terra de santo Aleixo
eu não me queixo
e se te deixo
é por causa da cantiga

    Estribilho

Adeus Unhais, flor bravia
dos meus sonhos de criança;
em teu seio! noite e dia,
o amor é sempre esperança

Adeus Unhais dos covões
das nortadas e nevões
terra da minha saudade
longe de ti pouco importa
bate sempre há minha porta
Aldeia da mocidade

Letra de Silvestre Gaudêncio
Música de João Vilela

domingo, maio 02, 2010

O PEC

Se estamos mal de finanças
É culpa de quem governa
Tentam sempre dar o passo
Muito maior do que a perna

Temos uma bola de neve
E que agora ninguém move
Se parar, o bicho pega
Se correr, o bicho come

Tiraram da manga o PEC
E com ele as discussões
Não há santo que nos valha
Nem mesmo o euro milhões

Agora dizem que tenho
Dezoito mil euros a pagar
Se eu nunca os vi na vida
Onde raio os fui gastar?

Tenho no ouvido uma frase
Que ouvi a um bom orador
Aquele que paga mal
É sempre um bom cobrador

Portugal é uma pérola
À beira do mar plantado
E nem sequer tem a culpa
De ser tão mal governado

Não vislumbro um bom futuro
Nem sequer um fim á vista
Pode ser que o aeroporto
Nos traga uma boa pista!

Isabel Gaudêncio

As tasquinhas

As tasquinhas e os cafés
São o aconchego da gente
Ponho a conversa em dia
E bebo qualquer coisa quente

Entre uma conversa e outra
E mais o que se bebeu
Quando eu me apercebi
Quem estava quente era eu

Lembrei-me do tal proverbio
Do menino e do borracho!
Mas, vá que Deus se esquece
De me por a mão por baixo?

Tal como é meu apanagio
Nunca dou parte de fraco
Afinal quem é que manda?
Sou um homem! Ou um rato?

Por muito que me equilibre
As pernas não estão direitas
Ou o vento é muito forte!
Ou as ruas são mal feitas?

Tento passar despercebido
Porque a rua está torta
lá vou curva contracurva
Até encontrar a porta

Isabel Gaudêncio

sábado, março 27, 2010

A Frase Escondida

Que bem prega Frei Tomás
A justiça do nosso País
Não facas como ele faz
Ouve só o que ele diz.

Com tecnologia de ponta
E mesmo assim não resulta
Alvíssaras, meus senhores
A quem vir a face oculta.

Quem escuta de si ouve
Pode ouvir o que não gosta
Fica muito embaraçoso
Ter que dar uma resposta.

Como é que vai responder
Se não vê o inimigo?
E vendo as coisas bem vistas
Todos têm telhas de vidro.

Deixem as querelas de lado
Só para ver se a gente atina
Quando ralham as comadres
A verdade vem ao de cima.

Parem lá de medir forças
Que já não há paciência
São pagos para trabalhar!
Ou levar o País à falência?


Isabel Gaudêncio