terça-feira, maio 01, 2007

A Bola

Havia o mercado negro
Da venda do ser humano
O mercado agora é livre
Está aberto todo o ano

Só lhe mudaram o nome
Para não haver tanto impasse
E já não compram um escravo!
Apenas compram um passe?

Tão bem mudou a condição
Como agora são tratados
Mas nunca se sabe ao certo
Por quanto foram comprados?

É triste, mas é verdade
Esta de comprar contratos!
É que compram as pessoas
Como quem compra macacos?

E a chicotada psicológica?
Hoje em nada é parecida
Com a chibata da senzala
Que a tantos tirou a vida?

Quem comprou muitos escravos
Foram os Reis do café
Mas quem ficou mais famoso
No Brasil foi o Pélé?

E não cultivou café!
No Brasil, nem em Angola
É famoso por saber
Dar bons pontapés na bola!

Portugal também foi longe
E ainda hoje é lembrado
Por Eusébio, o pantera negra
E Amália, a diva do fado

A bola, em primeiro plano
É sempre o prato do dia
E se não houvesse bola?
De que é que se falaria?

Novelas, cafés e bola
E toda a gente é feliz
É por aqui que se vê
A cultura dum País!

Isabel Gaudêncio

sábado, março 17, 2007

Um Hino à Serra da Estrela


Unhais da serra é um hino
de louvor à Natureza
Bem-haja a quem a criou
A quem lhe deu tal riqueza

Com a Serra da Estrela imponente
Que deslumbra o nosso olhar
Nunca ficou indiferente
Quem já nos veio visitar

Na primavera é mais bela
Toda coberta de flores
Mais parece uma aguarela
Que alguém estendeu à janela
Feita por muitos "Pintores"

No verão é deslumbrante
Mais parece um Paraíso
E oferece sempre com graça
Água fresca a quem passa
Sempre com o mesmo sorriso

No Outono é um mistério
Que ainda esta por desvendar
Cobre-se de neblina
Como quem corre uma cortina
E não nos deixa espreitar

No Inverno muda de cor
Mas nunca perde o encanto
E mostra-se tão formosa
Como uma noiva vaidosa
Toda vestida de branco

Isabel Gaudêncio